MG4 Electric: carro elétrico da China de boa qualidade desde 27 mil euros
Entre os carros elétricos compactos, não há solução melhor, mais acessível e tão completa. Bem equipado, a versão Standard do MG4 Electric custa 27 300 euros. Tem argumentos para mudar a cor das estradas nacionais. Conheça o desempenho nas provas de laboratório.

Hoje, o fabricante automóvel MG não tem quase nada que ver com a tradicional marca inglesa. Os direitos do nome foram para proprietários chineses. Marcam pontos com carros elétricos, embora o portfólio inclua híbridos plug-in, modelos de combustão pura e um híbrido completo, o MG3 desde 22 160 euros.
Ver prós e contras dos carros elétricos fabricados na China
O MG4 Electric é um dos automóveis compactos da marca, disponível em cinco níveis de desempenho, com tração traseira ou integral e com uma bateria grande para uma autonomia superior a 500 quilómetros. Foi testado na versão Luxury com bateria de 64 kWh e na versão Longe Range com bateria de 77 kWh, ambas com tração traseira.

Com bateria de 51 kWh, tração traseira e jantes de 17 polegadas, a versão MG4 Standard começa nos 27 300 euros. Com a bateria de 64 kWh e maior autonomia, a versão Comfort arranca nos 31 900 euros. A versão Luxury eleva a fatura para 33 600 euros. Inclui aileron traseiro duplo, bomba de calor, câmara com vista 360º e jantes de 18 polegadas. Com uma bateria superior de 77 kWh, a versão MG4 Long Range custa 37 850 euros. A MG disponibiliza ainda a versão XPower com tração integral, dois motores elétricos e potência combinada de 435 cavalos: dispara a fatura para 39 mil euros.
Prós do MG4 Electric Long Range
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Contras do MG4 Electric Long Range
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Com a bateria de 77 kWh, o MG4 revela uma autonomia real respeitável de 440 quilómetros, desde que não abuse da velocidade. O desempenho também melhorou. Por sua vez, o consumo quase não muda (18,4 kWh/100) km, continuando a ser um carro bastante económico.
Destaca-se o elevado conforto de condução e a suspensão confortável. Os sistemas auxiliares evoluíram, mas ainda precisam de ajustes. O reconhecimento de sinais de trânsito e o assistente de manutenção de faixa melhoraram em relação à versão testada há meio ano. O ar condicionado automático manteve a temperatura pré-definida de forma estável em viagens mais longas no carro de teste. Entre os rivais, destacam-se Renault Mégane E-Tech Electric, Opel Astra Eletric, Volkswagen ID.3, Cupra Born e Peugeot e-308.

MG4 com utilização diária sem qualquer stresse
O MG4 exibe bons acabamentos e peças bem encaixadas. O interior agrada pela simplicidade e pelo design limpo e organizado, mas não esconde alguns materiais de menor qualidade. A parte superior do painel mostra um acabamento fino com superfícies macias.
O construtor fez um trabalho exemplar a revestir a parte inferior da carroçaria, otimizada do ponto de vista aerodinâmico e bem protegida. Já o capô é levantado com dificuldade e fixado com uma haste (os amortecedores seriam muito mais práticos). Sob o capô, não há espaço de armazenamento.
Os 4,29 metros de comprimento e 2,05 metros de largura (incluindo espelhos laterais) e o prático diâmetro de viragem medido de 10,9 metros fazem do MG4 um carro adequado para enfrentar a cidade. O equipamento de série inclui apenas um cabo de carregamento do tipo 2 para wallbox ou postos de carregamento da rede.
Carregar a bateria de 10% a 80% em 34 minutos em postos rápidos
A bateria de 77 kWh da versão Long Range demora 35 horas a carregar em tomada de 230 V. Com uma wallbox adequada, precisa de sete horas e meia (a 11 kW) a 11 horas (a 7,2 kW). Carregar de 10% a 80% leva apenas 34 minutos num posto de carregamento com pelo menos 150 kW de potência.
Com a bateria carregada o MG4 tem autonomia para viajar mais de 440 quilómetros, um valor prático obtido em temperaturas amenas e com uma condução económica. Se a percentagem de condução em autoestrada for maior ou a temperatura ambiente for mais fria, a autonomia diminui significativamente. Com uma condução tranquila em estradas fora de cidade (até 100 km/h) e sem o uso do aquecimento, é possível atingir autonomias superiores a 500 quilómetros. Nos testes de consumo ao MG4 Long Range, foi calculado um gasto médio de energia de 18,4 kWh por cada 100 quilómetros.
Operações com apoio de dois ecrãs
A roda central para selecionar a direção, na posição neutra ou de estacionamento, é fácil de usar e intuitiva. O sistema é ativado de modo automático assim que entra no carro e pressiona o pedal do travão. Um botão clássico para iniciar seria uma escolha mais prática.
O painel de instrumentos é um monitor de 7 polegadas à frente do volante com todas as informações sem qualquer exibição analógica. À primeira vista é sobrecarregado, mas exibe dados úteis. O ecrã tátil central de 10,25 polegadas é dedicado ao sistema de infoentretenimento. No MG4 ainda vai encontrar botões físicos autónomos para o volume e outras funções.
Por vezes, o sistema multimédia responde com lentidão. A estrutura dos menus é confusa, e algumas funções não são imediatas. Vai precisar de algum tempo até se habituar. Ao nível multimédia, a MG começou por anunciar atualizações over-the-air, mas os consumidores precisam de ir à oficina para obter atualizações de software.

Três factos que impressionam no MG4
A suspensão do MG4 conta apenas com uma configuração com amortecedores convencionais. O resultado é bastante aceitável em áreas urbanas, mas em estradas piores qualquer pequena lomba, buraco ou tampa de esgoto afundada são mais notados.
1. Diversão ao volante
A suspensão responde melhor à medida que a velocidade aumenta. Os solavancos são bem absorvidos e os movimentos permanecem dentro do limite confortável. Em autoestrada, faz longas distâncias de forma descontraída. No geral, o MG4 oferece uma configuração de suspensão adequada.
Apesar do elevado peso do carro (1,7 toneladas), o desempenho do motor é mais do que suficiente. Impõe-se em ritmos mais elevados. O arranque dá nas vistas, o motor distribui a potência de modo uniforme e só diminui em rotações altas na autoestrada. O MG4 tem quatro níveis de recuperação que pode definir através do menu de infoentretenimento ou de um botão no volante. O nível mais alto quase permite a condução só com um pedal.
2. Condução exemplar
Os engenheiros fizeram um ótimo trabalho no ajuste do chassi e da direção do MG4. Permanece seguro na estrada e não treme em curvas fechadas ou manobras evasivas. A estabilidade da direção é impecável. Graças à tração traseira, quase não há patinagem das rodas ao acelerar e, se houver, o controle de tração resolve.
Com bom desempenho a desviar-se de obstáculos em velocidade, o MG4 é fácil de controlar e responde bem aos comandos de direção. Sobrevira ligeiramente de início, mas contém-se em tempo útil. A dinâmica de condução do MG4 convence, e a ligeira tendência para sobrevirar e o uso posterior do ESP resultam numa traseira algo "solta", que permite uma condução divertida, sem beliscar a segurança do carro. Apesar do peso, o MG4 é bastante dinâmico, proporciona uma boa sensação de controlo e permite fazer pequenas correções de direção.
3. Excelente a travar
A adaptação à travagem é rápida. A resposta dos travões é boa e adequada para o uso diário. Quando moderada, é controlada pelo motor elétrico, que funciona como gerador. Se tiver de imobilizar o MG4 o mais rápido possível a partir de uma velocidade de 100 km/h, o carro precisará, em média, de 34,3 metros, um resultado muito bom.
Três pontos a melhorar no MG4
O MG4 é um automóvel seguro, mas pode melhorar algumas tecnologias. Com cinco estrelas nos testes de colisão do Euro NCAP, o MG4 não poupou em segurança. O reconhecimento de sinais de trânsito foi otimizado, bem como o alerta de saída de faixa.
1. Falta visibilidade traseira
A visibilidade é muito limitada pelos pilares demasiado largos atrás e pelos apoios de cabeça traseiros não retráteis. Ainda assim, as extremidades do carro são fáceis de calcular, um pouco melhor atrás do que à frente, onde o condutor não consegue ver os limites do carro.
O condutor tem uma boa visão do trânsito para a frente e para os lados. É apenas difícil ver na diagonal para trás. A visibilidade nos retrovisores laterais também pode ser melhorada.
2. A bagageira satisfaz, mas pode precisar de mais
A porta da mala é fácil de abrir e fechar, mas não tem comando elétrico. Na mala, mediu-se uma capacidade útil real de 250 litros de carga. Caso utilize o espaço de arrumação até ao tejadilho, o volume aumenta para 340 litros. Depois de rebater os bancos traseiros, passa a contar 1060 litros de carga. Por baixo do piso da mala, tem espaço adicional para armazenar 55 litros.
3. Climatização automática com falhas
O MG4 está equipado com um sistema de climatização de zona única. A intensidade pode ser ajustada em três níveis, mas o ventilador já na configuração média é bastante potente. Um problema maior é a regulação da temperatura: a seleção de 21°C resulta numa forte refrigeração do interior, independentemente das temperaturas dentro e fora do carro. O interior só é aquecido numa pré-seleção entre 25 e 27°C.
As saídas de ar não permitem ajustar separadamente a direção e a intensidade do fluxo, o que demonstra uma poupança na funcionalidade por parte da MG. Atrás não tem qualquer saída de ar, nem as encontra em baixo ou entre os bancos da frente.
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